Arroz Integral

Quem me conhece sabe que eu sou doida com arroz. Gosto de comê-lo no almoço e no jantar. Se bobear, tem arroz até no meu café da manhã.
Se não tiver arroz no almoço, é como se eu não tivesse almoçado. Pode ser o arroz branco comum, o japonês (gohan), o tailandês, o arbóreo, ou afins… Todavia, o tipo que eu como quase todos os dias é o arroz integral, pois é o mais completo: além de ser fonte energética, ele conserva seus nutrientes e suas fibras (importantes para o bom funcionamento do intestino e aumento da sensação de saciedade).
O problema é que muitas pessoas sentem dificuldade em consumir o arroz integral, seja porque não sabem prepará-lo, seja porque estranham o seu sabor.
Para as primeiras, vou passar a receita que minha mãe faz em casa há muitos anos e que é responsável por eu não gostar de nenhum arroz integral que eu coma na rua. Mas atenção, isso não significa um milagre para aquelas que não o apreciam mesmo, afinal o objetivo dessa receita é extrair do arroz o seu sabor original. 
O ideal é começar a introduzi-lo no cardápio diário. No início, pode parecer pouco palatável, mas, com o passar do tempo, ele se torna quase que essencial.
Bom, se mesmo assim houver dificuldades na inserção do arroz integral na dieta, aguardem que, em futuras postagens, trarei versões mais temperadas. Lembrando sempre que essa versão é uma das mais saudáveis.
Antes da receita, deixo dois trechos do Livro Arte Fundamental da Vida, da professora Bernadette Kikuchi que refletem a importância de se cozinhar e alimentar com amor:
“Na Arte Culinária Macrobiótica, o mais importante é a arte de cozinhar o arroz integral. (…) O arroz que se cozinha todos os dias, em qualquer dia, em qualquer lugar, qualquer que seja o seu tipo, ou qualquer que seja a panela utilizada, deve ser feito com muita atenção, amor e carinho, para que fique sempre saboroso.” 
“Ao sentarmos à mesa para comer, devemos sentir respeito e gratidão pelo alimento, pelas pessoas que o prepararam e pelas pessoas que de alguma forma ou outra colaboraram para que pudéssemos tê-lo à mão. Podemos demonstrar esse respeito e gratidão mastigando bem o alimento, o que nos levará a assimilá-lo ao máximo, fazendo-nos evitar os excessos da gula.”

INGREDIENTES:

– 3 copos americanos de arroz integral cateto
– 4 e 1/2 copos americanos de água
– 1 pitada de sal

MODO DE FAZER:

Colocar o arroz no liquidificador. Usando a função pulsar, socar 50 vezes o arroz para que solte um pouco de sua película, tomando cuidado para não quebrar os grãos. No meio do processo, dar uma sacudida no copo do liquidificador para misturá-los. Quanto mais velho e fraco o liquidificador, melhor… Sim, essa é uma parte delicada do processo.
Colocar o arroz – com a película que soltou e sem lavar – em uma panela grossa (pode ser de ferro, ferro fundido, pedra sabão ou aço inoxidável de fundo triplo) e cobrir com a água. Tampar e deixar de molho por aproximadamente 2 horas.


Adicionar uma pitada de sal ao arroz, colocar uma chapa de alumínio sob a panela, tampá-la e ligar em fogo alto até ferver.

Após ferver, diminuir a chama para o fogo baixíssimo, como explicado na postagem Chamas do Fogão, por 50 minutos.  Evitar destampar a panela durante o processo de cozimento. Após esse tempo, desligar o fogo e deixar descansando por 10 minutos. Em seguida, abrir a panela e pronto: arroz integral macio e saboroso!

O ponto perfeito do arroz é quando ele fica firme, mas macio e levemente úmido, sem empapar.

Apesar de parecer simples, o arroz integral é riquíssimo e prepará-lo é uma arte.

Aproveite o sabor e a saúde!

Bom apetite!

DICAS:

a) O processo de separação do arroz e sua pelicula no liquidificador só dá certo com o arroz do tipo cateto (grão curto). Não adianta fazer com o agulhinha (grão comprido). Esse processo faz com que o arroz fique mais macio. Se for diminuir a quantidade de arroz, socá-lo apenas 30 vezes.
b) Não lavar o arroz quando for utilizado o processo do liquidificador.

c) Pode-se variar a quantidade de arroz, colocando-se 1 e 1/2 copo (americano) de água a mais do que a medida de arroz.

d) Para acrescentar mais nutrientes e tempero à refeição, pode-se acrescentar um pouco de gersal (uma mistura de sementes de gergelim torrado e moído com sal marinho) por cima do arroz. 

e) Seguem abaixo duas fotos de chapas que podem ser usadas. Elas são fabricadas em aço com alumínio. Servem para permitir que o arroz cozinhe de forma lenta e homogênea sem grudar na panela. 

7 comentários em “Arroz Integral

  1. Oi Maíra!!!Não lhe conheço, mas me identifiquei com você de cara!!! Em que anos sua mãe morou na Escola Musso?? Será que ela conhece meus pais?? Eles frequentaram lá até o início da década de 80 e já me contaram de amigos que tinham restaurante em Brasília. Também tirveram restaurante em Salvador, dentre outros negócios relacionados à Educação Vitalícia, mas deixaram de trabalhar com isso há uns 30 anos, apesar de ainda sermos fieis à filosofia.Enfim, PARABÉNS pelo blog!!! Já olhei quase todos os posts e AMEI!!! Tenho um também, falando nisso, posso reproduzir o post do \”Arroz Integral\” por lá?? O endereço é http://www.beijonopadeiro.comAbraço!!!

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  2. Olá, Camila!!!Vou perguntar direitinho para minha mãe e te falo. Mas em 80 ela ainda estava por lá, pois eu nasci por lá…Entrei no seu blog e gostei da sua linha! Por isso, fazendo referência, sinta-se à vontade para reproduzir qualquer post do Tampopo por lá. Afinal, temos que ajudar a divulgar hábitos de vida mais saudáveis, não é mesmo?Muito bom encontrar pessoas que vivam um pouco do que eu vivo! Vamos trocar mais figurinhas…Abraços!

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  3. Maíra, mande um abraço para a tua mãe, sou de Campinas e a conhecí quando ela gerenciava o restaurante Ananda aquí na cidade, você naquela época ainda era bebê. Abraços a todos, saudades

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  4. Olá, Edson! Lembro-me muito vagamente dessa época e tenho alguns flashes do restaurante. Muito legal você lembrar da gente! Vou mandar o abraço para minha mãe. Ela está com uma conta no facebook e tem postado lindas fotos do trabalho dela. Abraços e tudo de bom!

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