Contos da minha infância – Parte 1

Todos me perguntam por que tenho uma alimentação tão especial e cuidada… Sempre digo que tudo começou pela forma como fui criada… 
O cuidado com minha alimentação sempre foi o foco de minha mãe, pois ela sabia que essa educação seria importante para minha saúde e influenciaria a minha forma de encarar a vida como um todo.
Trascrevo aqui um dos relatados dela:
“Quando eu cheguei da Argélia e comecei a Alimentação Vitalícia, com um diagnóstico de pouco tempo de vida, tive que me submeter a um tratamento com uma alimentação muito restrita. Passei quase dois anos comendo apenas o arroz integral, uma conserva, uma raiz e uma verdura. Apesar da visível recuperação da saúde, muitas vezes eu reclamava dessa restrição. Nestes momentos, o Professor Kikuchi contava-me o seguinte conto oriental:
Era uma vez um rei de uma região muito importante que não se apetecia por comida alguma. Por mais que o cozinheiro real se esforçasse e produzisse as iguarias mais sofisticadas e visualmente atraentes, nenhuma lhe agradava. Certo dia, decidiu despedir o cozinheiro e testar vários candidatos para substitui-lo. De todos os candidatos testados, nenhum foi selecionado. Quando todas as possibilidades foram esgotadas e seus assessores já não sabiam mais o que fazer. Então, um humilde serviçal disse que conhecia um ermitão que morava no alto de uma montanha que fazia a melhor comida que alguém poderia experimentar, mas o rei teria que subir caminhando até o local, pois ele só cozinharia em sua própria cozinha.
O rei esbravejou e disse que mataria o ermitão caso não apreciasse o alimento oferecido. Assim, o rei e seu séquito foram caminhando, subindo a alta montanha até que chegaram a uma casa muito humilde e lá ficaram esperando. O rei, pelo esforço da caminhada e pelo passar do tempo, estava com muita fome, o que fazia com que suas ameaças de morte ao ermitão fossem cada vez mais violentas. Quando o sol já se punha, o ermitão chegou com uma tigela de arroz e três fatias de sukemono, que é uma conserva de nabo. A fome era tão grande que ele olhou o alimento e sem nada dizer começou a comer, comeu tudo e considerou aquela a melhor comida que já houvera provado.
Hoje em dia, todas as vezes que não sinto o sabor do arroz, fico em jejum até recuperar o apetite. Faço disto o meu apoio, a forma de medir e saber o estado geral do meu organismo. A comida tem que ser de qualidade, ter energia e nosso organismo deve saciar-se com a simplicidade do alimento, com o necessário.
Palestrando em Curitiba, o Professor disse:
“Eu gosto, eu gosto, eu gosto… palavra muito sensorial, baixa mesmo. Maioria das pessoas se degenerando porque se alimentam mais desejosamente do que necessariamente.” 
Com o tempo e disciplina, o discernimento vai influenciando outras áreas da vida. Vai eliminando o supérfluo, vai focando no principal e a mente passa a conectar-se não só com o corpo, mas com todo o universo. 
É ter a consciência de estar vivendo o presente naquele momento.
É ficar sempre presente no momento.”

Arroz Integral (clique aqui para ver a receita)

2 comentários em “Contos da minha infância – Parte 1

  1. Olá, Maíra!Desculpe não ter respondido antes, tive uns probleminhas para acessar o blog. Meu marido comentou, sim. Gostei muito do seu espaço, gostei especialmente de uma receita de atum em conserva caseira! Já andava atrás de algo assim a algum tempo..hehe, Citei seu blog no último post que fiz, porque realmente gostei e vou voltar várias vezes!Bjos! Qdo fizer o atum, te conto!

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  2. Sorte sua ter tido todo esse cuidado na infância e agora, prazer dos seus pais ter o seu reconhecimento. \”Toda vez fico em jejum até recuperar o apetite. Faço disso o meu apoio,,,\” vou lembrar disso. Ser humano tem que ter estória de vida e memória pra contar. Reconheço.

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