Missoshiro de Tofu

Meu marido e eu passamos 12 dias no Japão agora em novembro e, com isso, voltei mais apaixonada ainda pela culinária japonesa. É muita delicadeza e sabor reunidos! Aos poucos, tentarei postar algumas experiências e curiosidades gastronômicas.
Por hora, postarei a receita do missoshiro, sopa tradicional na culinária japonesa e super nutritiva, à base de missô, uma pasta salgada de soja fermentada.
Desde criança, minha mãe fazia missoshiro para mim, inclusive nos cardápios de café da manhã. Sim, os japoneses iniciam seus dias com verdadeiras refeições, com direito a arroz e peixe. 
Bom, mas independente do horário em que será consumida, vale a pena fazer essa sopa. Talvez, para alguns, seja necessário um tempo para se acostumar com o sabor um pouco diferente se comparado com a cozinha ocidental. Todavia, depois pode acabar virando um vício.
A receita a seguir é a combinação mais tradicional, mas há diversas variações de recheios que podem ser usados.

INGREDIENTES:
– 1 e 1/2 litro de água
– 1 e 1/2 colher de sopa de missô  (ver dica “e”)
– ½ tofu (queijo de soja)
– 1 porção de cebolinha picada
– 1 punhado de alga wakame
– 1 colher de café de pó de peixinho seco – “Iriko” (ver dicas “b” e “c”)

MODO DE FAZER:

Colocar a água para ferver com o pó de iriko.

Após a fervura, acrescentar a alga (ver dica “d”), deixando 1 minuto em fogo médio.

Acrescentar o tofu cortado em cubinhos, deixando mais 1 minuto.

Colocar a pasta de missô em um recipiente, pegar um pouco do caldo do missoshiro e usá-lo para diluir a pasta.

Em seguida, misturar o missô diluído no caldo, desligando o fogo imediatamente. É importante que o missoshiro não ferva depois de colocar o missô, pois pode perder propriedades, além de ficar mais salgado.

Salpicar a cebolinha e está pronto para servir.

Itadakimasu!
 
DICAS:

a) Existem vários tipos e marcas de misso. Os do tipo vermelho, mais escuro, são mais salgados e os do tipo branco, mais claro, têm tempero mais suave. É importante que o misso seja de boa qualidade, preferencialmente de soja orgânica e não pasteurizado. Produtores brasileiros que eu conheço: Família Hattori e Daimaru Macro. Por enquanto, estou aproveitando um que eu trouxe do Japão.
b) O iriko é um peixinho seco, vendido em loja de produtos japoneses. Para se fazer o pó, ele é tostado e, em seguida, triturado em um processador ou liquidificador. Para simplificar o processo, pode-se ferver a água com uns 4 peixinhos inteiros e, depois que a água ferver, retirá-los do caldo.

c) O peixinho seco pode ser substituído por um pedaço de alga kombu e um pouco de flocos de peixe bonito seco (katsuobushi – clique aqui para ler sobre esse ingrediente – aliás, adorei esse blog WASHOKU!!!), coando o caldo após a fervura e seguindo a receita normalmente. Para os adeptos da alimentação vegana, usar apenas a alga kombu.

d) Se a preferência for por pedaços menores de alga, colocá-la de molho em um pouco de água e, assim que amolecer, picar em pedaços e menores e acrescentar à sopa. A água em que a alga ficou de molho pode ser também acrescentada ao caldo. Se não tiver wakame em casa, pode-se fazer o missoshiro na sua forma mais básica, apenas com tofu e cebolinha.

e) A quantidade de missô pode variar de acordo com a marca e a idade do produto. É importante provar o caldo do missoshiro assim que acrescentar o missô e verificar se é necessário acrescentar mais um pouco. Caso fique salgado, basta fazer outro caldo de peixinho e acrescentar até o sabor desejado.

f) O missoshiro pode ser guardado na geladeira para consumo posterior. Para aquecer, basta desligar o fogo antes do ponto de fervura. Assim, ficará bem quente sem ficar mais salgado.

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